Passeia pela cidade um pensamento vão. Ele segue, ressabiado, como se soubesse das suspeitas do canavial. Sabe que voltará cheio de peripécias, dúvidas e nenhuma quimera. Basta uma volta para a prova dos novos desafios do viver. Assustado com o mundo novo apodrecido, onde a confiança se perdeu e uns maltratam o outro por nada. A leveza talvez fica por conta do vento escolhido no baixinho do ventilador depois que você está em casa; no local julgado o mais seguro do mundo.
A volta pela cidade mostra passeios públicos com buracos e pedras, possuem pessoas de diversas naturezas, algumas com certa beleza física, por dentro pouco se sabe do inimaginável. Belas são as crianças e curiosa é a quantidade de idosos pelas esquinas, ativos em seus smartphones. Não parecem estarem ali ao acaso, mais parecem estar em meio a alguma missão. Adeus solidão! Adeus anonimato.
O mundo pertence aos vivos de fato. Alguma coisa no ar deve ter rastro ou cheiro de política. Tudo que eu queria era que os dias pudessem ter um espaço para a poesia, mas há plantonistas no mundo que pouco importam se a vida se torna um sinal vermelho piscando incessantemente. Em breve os remédios falham, o mal súbito leva os de artérias malcuidadas e novas mortes são anunciadas. E o que temos a ver com isso? Tudo. Principalmente porque não percebemos o galope da maldade humana.