Uma mistura de Caetano, Belchior, Nirvana e Che para quê?
UMA MISTURA DE CAETANO, BELCHIOR, NIRVANA E CHE PARA QUÊ?
Marília L. Paixão
Quantas palavras precisaria para dizer que pararia de escrever?
Nenhuma! Já bastaria o silêncio.
Quantas palavras precisaria para mentir com um leve dizer do tipo:
- Não mais amo você.
Com essa mentira gargalhariam até as maçãs com febre amarela.
Quantas palavras preciso para por fim nesta conversa?
Nenhum ouvinte ou nenhuma resposta?
Nenhuma porta
Nenhum andar
Nenhum adeus
Nenhum motivo para abandonar os sonhos meus
Nenhuma flor por mim se desespera
Também nenhum arame fere a pele já não moça
A vida no tempo de ouvir Caetano era
“oca como a toca de um bebê sem cabeça”
A vida ainda hoje é como Belchior dizia que era
Ouvir Caetano continua bom sem compromisso nenhum sequer com Nirvana
O que mudou é que os rapazes latinos americanos estão cada vez mais violentos
Cada vez mais frios e menos se comovendo e não só os “sem parentes importantes e vindos do interior” A classe média está cada vez perdendo seu valor. Falta cultura de amor e ternura. Entre uma camiseta de um Che, melhor uma do Nirvana!
Por isso é melhor que continuem aumentando o número de poetas
Deixar o sol entrar por novas frestas sem essas coisas de Che e outras desculpas de terrorismos juvenis.
Olha!
Olha o que eu fiz!
Esta mistura de crônica e prosa não pode ficar cor de rosa
Não pode ficar vermelha
Que fique azul
Que fique multicultural e sem papos de mundo desigual
Que até os iguais são diferentes.
Quem quiser consertar o mundo que chame Deus
Quem não souber chamar por Deus que também não o desame
Na hora de um olhar pelo outro estão todos se olhando primeiro
Quem quiser mentir que minta em terceiro grau para os menos experientes
Demagogia é para esses que pouco entendem de como lhe roubam o viver
Enquanto gritam que se movem para o povo defender
Por isso que a melhor terapia para os entendedores é poetar que a vida é bela
Mesmo quando um ou outro se descabela
Mesmo quando o sol não entra na janela
Mesmo quando a lua tosse e ri da nossa cara
Mesmo quando parece não haver motivo nenhum para poesia nenhuma
Resta ao poeta passar a ser cronista?
Eu que nada sou posso falar de amor para ela
A tal da vida bela
Possui milhares de nomes pela atmosfera
Poderia ser estrela
Poderia ser chuva
O melhor é transformá-la em ternura
Mas vez ou outra não abrir mão das palavras duras
Tipo não
Drogar-se em vão
Tipo não
Vandalismo contra o que pertence a tantos irmãos
A sociedade não pode virar um estouro
Esta é uma casa que é de todos
Cada um com a sua pedra ou ouro
Tratar de lapidá-la sem ferir o outro.
Marília L Paixão
Enviado por Marília L Paixão em 26/01/2008
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