Moro num centro urbano. Saio do elevador, abro a porta de vidro e dou de cara com a rua principal da cidade. Teatro, lojas de departamentos, Igreja, bancos, salão de beleza, praça, pastelarias, um pouco de tudo da vida...
Casa lotérica? Só se for na rua de baixo ou em outra esquina. Sorveteria? Não falta em rua nenhuma, tal qual cafeteria. O correio está perto, o sinal está aberto e o vento está frio. Eu e meus 60+ estamos sempre com o umbigo cobertinho. Não se pode dizer o mesmo da juventude que passa. Pernas de fora e bustiê neste frio não dá para entender, mas desfilam assim mesmo. Talvez contam com o calor da jaqueta do namorado. Há dias de sol e outros nublados.
Um centro urbano é como uma fotografia em movimento. Já pensou em tudo que uma câmera vê? E como ela nos mostra? Será que ela nos vê como a uma moura torta? Há muita vida no ir e vir e isso é o que mais importa.
Marília L Paixão