Marília L Paixão
Faz tempo descobri que uma inspiração musical mora em mim. Talvez seja culpa do meu pai que adorava a canção do autor que passava pela estrada de Ouro Fino. Essa cidade que fica além de Borda da Mata…
Minas tem dessas coisas, como essas cidades com nomes poéticos. Por isso Milton Nascimento falava de Itamarandiba, pedra corrida e dizia como era miúda a vida do povo que morava no vale. Então fico pensando, que o mundo mudou tanto, que nos resta refletir sobre o que é ser miúdo nestes tempos.
Hoje passar por cidades que abrigam canções acaba dando mais vida ao interior da gente. Tudo que dá mais vida, faz florescer. E aí lembro do Beto Guedes, que esperava entrar setembro para ver brotar o perdão onde havia sido plantado. Como é que se cresce ouvindo essas músicas sem ter inspiração poética?
E assim dirijo vendo placas com nomes de cidades que me lembram poesia. Fala se ao fazer essas leituras, a vida não se embeleza?Bom, pelo menos fica momentaneamente mais terna. E passo por Oliveira, passo por Perdões.