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A INVEJÁVEL CIDADANIA AMERICANA
A INVEJÁVEL CIDADANIA AMERICANA
Marília L. Paixão

Confesso que estou numa enrascada! Com uma semana super ocupada eu acabei escrevendo uma crônica cheia de pensamentos medianos. Pois é! Um leitor me chamou de enrolada! Eu ri até! Mas agora está na hora mesmo de escrever uns pensamentos grandes.... rs.rs... E de onde vou tirar esse pensamento grande?! Eu bem que podia tirar de umas das músicas da Alanis, mas vou esperar o novo CD dela que sai em Abril.

Podia até bater um papinho enquanto não vem a tal da luminosidade, mas sabe lá se tal leitor me chama de novo de enrolada?! Quem sabe até ele não gostou de ser enrolado por mim?! Acho que vou escrever esta crônica para ele. Isto! Já que nunca trabalhei numa fábrica de tecidos... Mas numa lavanderia americana serve?!

Lá eu não enrolava nada! Eu passava os colarinhos das camisas dos executivos. Trabalhei só uma semana! Eu não gostei de ficar queimando os dedos no circulo quente de ferro onde depois de passar os colarinhos eu tinha que abotoar o primeiro botão da camisa. Éramos tantas mulheres nesta lavanderia... Mas era só um part time.

O outro part time era no car wash em frente. Não sabia qual era pior! Aquele emprego tinha sido idéia de uma colega de Danbery. Podia ser que o car wash era uma boa fonte de renda para ela e o marido, mas para mim, não agradei muito não! Primeiro lá dentro dos belos carros dando brilho nos interiores e depois de pé queimando o dedo na lavanderia! Isso é vida?!
– Você acostuma, Marília! É uma questão de jeito de tocar na máquina. Semana que vem você não vai mais queimar o dedo!
Não ia mesmo! Fui embora para Nova York e não mais voltei!

Se não dei certo numa lavanderia, acho que também não daria certo numa fábrica de costura. Mas eu já dei certo em muitas coisas!!! Já tive época de até ficar em dúvida de trocar de um serviço para outro. Aquelas coisas de qual que é melhor, qual que gosto mais, qual que ganho mais, qual que perco menos. Se bem que os dois últimos fatores eu nunca importei muito. A gente importa com isso depois que vai ficando mais velha... As preocupações importantes demoram um pouco para baterem na porta da gente.

Junto com elas vem uma lista de coisas fundamentais que enquanto se é jovem não fazem parte da lista do dia. Quando somos jovens pensamos que saúde é uma coisa eterna. E eu sou portadora de doença nenhuma por enquanto, graças a Deus, tirando essa febre de escritora amadora, estou indo muito bem de saúde, obrigada. E acabei de decidir para onde irá o grande pensamento desta crônica. Ele irá para a cidadania americana. Quer pensamento maior que este?!

Qual é a importância da cidadania americana? Por que tantas pessoas sonham com um card green or blue? Os Estados Unidos tão criticados e cada vez com a moeda em queda sofrendo os sopros de uma quase recessão e ainda assim tantos imigrantes, inclusive brasileiros se arriscam pelas fronteiras do México para conseguir um espaço no país que já foi dos sonhos... Será que deixou mesmo de ser?! Talvez tenha deixado de ser da ilusão, mas dos sonhos, acho que não!

Eu bem que podia ter sido um pouquinho mais inteligente quando era bem mais jovem. Se tivesse sido também possuiria uma cidadania americana. Eu ia gostar de ter dupla cidadania! Até pessoas famosas e importantes em seus países se preocupam em ter uma cidadania americana. Pois se acontece de você sair do seu país e ir morar em um outro e gostar de viver lá é mais que justo que você consiga a sua cidadania, já que começa a fazer parte do país, seja desfrutando de seus benefícios ou também ajudando a enriquecê-lo ao compartilhar sua cultura e oferecer suas competências. Não é mesmo?!

Será o que há de encantador nos Estados Unidos, que levam as pessoas que a princípio vão para lá só fazerem “um pé de meia” ou estudar, e acabam se estabilizando e desejando continuar morando naquele país? Será que a vida é mais justa por lá? Será que os direitos humanos são mais respeitados? Será que o cidadão tem mais possibilidades de ir à luta e vencer por seus próprios méritos? Será que as coisas boas que são possíveis lá só são possíveis lá? E o que copiamos é realmente o que há de melhor?

Nesta época em que no Brasil os valores mudaram tanto. Será que estamos numa época em que vale mais o que se despreza? (desculpem o exagero!) Mas voltando à terra dos sonhos... alguém aqui deseja ir morar em Cuba ou na Venezuela? Engraçado que sequer os amantes das figuras importantes de lá desejam ir morar por lá. Lá não deve ser mesmo um lugar bom para viver. Eu mesma, não gostaria! Os próprios venezuelanos de classe média trataram de ir buscar um lugar ao sol nos Estados Unidos. E muitos outros estão pelo menos mandando os filhos para que eles possam ter uma educação de qualidade e não serem submissos a tal cartilha do governo socialista. Enquanto isso os cubanos... Coitados...  Sequer podem visitar um irmão que mora na argentina. O governo não permite. Isso é vida?!

O mundo aí cheio de transformações inusitadas, com ameaças de mais guerras e os povos se vestindo mais com armas que com flores. Melhor cada um ir cuidando bem dos seus amores e apreciar países democráticos, em que cada um pode escolher ler e escrever o que quiser. Comentar ou não comentar, mudar de um texto para outro, passear pelo site sem compromisso, sem deveres. Afinal, também estamos aqui por prazeres. Da mesma forma as pessoas podem deslocar democraticamente de um país para outro e conseguem mudar até de profissões. Querem um exemplo grande ou um exemplo pequeno? Pequeno não! Um grande exemplo: Arnold Schwarzenegger: Austríaco, americano, ator e político. Apenas mais um que gostou de morar nos Estados Unidos. Para um cara já tão famoso e rico querer ir morar lá... Aquele deve ser um país bom, não deve?! Até minha Alanis  adquiriu cidadania americana. Preciso dizer mais alguma coisa?



Marília L Paixão
Enviado por Marília L Paixão em 29/02/2008
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