THE BRAVE ONE
THE BRAVE ONE
Marília L. Paixão
Ainda estou um pouco cansada. Talvez mais uma xícara de café. Ainda estou meio com preguiça de ficar de pé. Talvez descendo um avenida eu melhore. Para isso o primeiro passo é trocar o pijama, o segundo é parar de ler crônicas deste computador. Há umas que são um amor. Mas hoje eu vou lá fora, meus amores! Quem sabe eu não voltarei com os olhos verdes e com um sorriso azul? Quem sabe a brisa sul limpe umas coisas de fora e me doe mais coisas boas para dentro? Sabe-se lá se a tal da inteligência dissertada pela Mhayah em seu texto “A missão dos inteligentes” venha bater no meu pé de árvore?! Lá vou eu permitir que meus galhos balacem lá fora. Vale ou não vale a pena a gente ter umas expectativas boas?!
Tem dias que venho com um pensamento em minha cabeça. Era mais vontade de falar sobre três filmes que para mim vieram com a mesma temática: Sentimentos de justiceiros. Estes filmes são: Justiça a Qualquer Preço (Richard Gere), Os Valentes, (Jodie Foster) e Instinto Selvagem (Kevin Costner e Demi Moore) Este Último veio até em grau mais pesado. Sociopatia? Psicopatia? Fiquei pensando nesta época em que estamos, no tanto que o cinema vem mostrando essa tendência do ser humano querer resolver as coisas por conta própria, principalmente as que eles acham mais injustas. Aqui mesmo na minha região não tem mais de dois meses que aconteceu um linchamento. Mas vamos aos filmes.
Valente (The brave one) O filme não foi nada sensacional, mas já que é com a Jodie Foster, temos mais a obrigação de comprar o ticket e ir ver a Jodie no telão não importa o quê. Nem se for para ver os sinais da idade na nossa heroína de Silêncio dos Inocentes, Os acusados, entre outros. Acho que eu precisava ver o filme de novo para ver o que será que deve ter enfraquecido o filme. Sei não! Acho que pode ser preconceito. Primeiro que ela fazia par romântico com um cara mais jovem, mas isso é tão comum... Já sei! O cara era de origem muçulmana?! Não era belo e tinha cabelos longos?! Faltou gente bonita no filme?! Ficou só com visual triste? Será que foi isso?! O filme começa mostrando o romance e o final terá que ir pagar para ver. Agora virou mesmo moda colocar um muçulmano em tudo quanto é história americana. E agora é para mostrar o lado bom e humano do sujeito, realçar suas qualidades, sua boa existência.
Na verdade é uma forma de dar mais realismo à vida americana. O que mais temos na América são pessoas do mundo inteiro. Os Nova-iorquinos, por exemplo, tem fama de serem mal educados, de não gostarem de dar informações na rua, de estarem sempre apressados... Mas vá a Nova York pedir uma informação em Manhattan, bem no miolo, no passeio público numa hush hour. O cara “vai te responder”: “ No, no, no speak English”. Aí você continua tentando e um outro vai te responder: don’t no nothing, little time here. E essas pessoas te olham como se você fosse mais coitado que elas.
Você então decide que vai se sair melhor se parar um executivo. Escolhe um cara de terno, e tenta abordá-lo, mas ele apressa o passo e você desiste. Finalmente você quase pula na frente de um, de uma forma que ele não tem jeito de não reparar sua presença física ali feito pedra no caminho dele. Faz correndo sua pergunta e ele só entende que você quer lhe perguntar algo e lhe diz: -Im Sorry! Ask an officer, please. (diz para você pedir ajuda a um policial)
Eu só queria dizer que os Nova-Iorquinos são um mundo inteiro. Assim como aqui costuma se dizer que são Paulo é uma esquina do mundo. Então já deveria ser comum faz tempo esses personagens estrangeiros aparecerem nos filmes como gente boa. Mas o que é que o filme quer mesmo mostrar? Que tipo de galã queríamos ver ao lado de Jodie Foster no filme? Um bem bonito? Se era, não foi este o escolhido. Isso quer dizer que nos filmes estão começando a mostrar um pouco da realidade? De agora em diante, como tem acontecido na literatura, os filmes vão tomar a direção oriental? Olha para você ver o que o filme Babel nos trouxe?! Poxa! Como trouxe bem! Não me canso de mencionar.
Mas quer saber, tudo acontece tão rápido que talvez ao terminar essa crônica já estarão discutindo que está na hora de parar de fazerem tantos filmes com a mesma abordagem e será que voltarão ao estilo hollywoodiano de antes? Sabe o que eu acho? Que é como o relógio do tempo e das entranhas. Depois de percorrido o caminho, não tem mais volta. O mundo inteiro mudou depois do onze de setembro. Quem não entendeu isso ainda é que precisa mudar um pouco, ou talvez muito. The brave one é o que muda para melhor.
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PS: Recomendo o filme “THE BRAVE ONE”. Há aspectos interessantes sobre a profissão exercida pela personagem. Aspectos que tocam pessoas como nós.
Marília L Paixão
Enviado por Marília L Paixão em 01/03/2008
Alterado em 01/03/2008