SOBRE SENTIMENTOS E FALTA DE NOTÍCIAS
SOBRE SENTIMENTOS E FALTA DE NOTÍCIAS
Marília L. Paixão
Mais uma viagem! E estou muito afim. Ninguém adivinharia onde iria Marília se ela não falasse. Talvez ela vá só até onde Judas perdeu as botas. Talvez ela nem se importe com essas coisas da nossa história, mas ela se importa sim. Onde irá Marília com este nome bonito que ela tem? Será que ela realmente sabe para onde ela irá ou de onde ela vem?
Ela dirá! Dirá que irá visitar uma das irmãs. Qual?! Aquela que diz que quem é bom não precisa dizer. É! Preciso ir vê-la. Preciso visitar todos os raios solares que fazem parte da minha. E se eu tiver que morrer eletrificada por alguma das ruas por onde andar, que seja depois das férias de julho, que é quando planejo uma viagem mais longa, daquelas em que sirvo café para vocês antes de ir. E como irei visitar meu pai, qualquer incidente tem que ser adiado para a volta. Se for na volta não tem problema, mas quero ver meu pai antes!
Estou até de cafeteira nova! Sempre que quebra uma, compro outra. Há coisas que é impossível viver sem. Vive-se sem chocolate? Vive-se! Vive-se sem micro-ondas? Vive-se! Sem celular? Vive-se! Sem respirar? Não! Sem amar? Não! Sem paz? Não! Sem alegria ou choro? Também não! Felicidade traz essas coisas todas em um único kit.
Nada vem 100% conforme idealizado.
Estou quase a ponto de dizer que os pequenos problemas deste ano começaram. No ano que vem vou reparar se os problemas começam em março. Onde mesmo que começam a surgir os problemas? No lar? No trabalho? No amor? Em tudo? Graças a Deus continua tudo certinho com o golzinho. Tirando uma semana que me tomou para cuidar de tudo que ele precisava, o resto segue como esperado. Estou melancólica? Pode ser, mas não é cólica! Há coisas que não dependem só da gente. E quando os outros não fazem a parte deles e acabam nos arrastando para o mesmo descompasso, dá uma vontade de desistir.
Acho que eu quero voltar para a cartola. Mas quando sair de dentro dela quero encontrar Dagger Lor. Eu quero saber de todas as estrelas que passaram por ele ou saber se ele conversou com muitas estrelas ou se foi só com aquela. Quero saber se ele continuou feliz depois da última notícia que tive dele. Ele estava radiante! Ele estava apaixonado por uma estrelazinha tipo aquelas de cinema que encantaria qualquer criança. Ela também parecia tão pura que nem me importei. Deixei-o lá todo encantado descobrindo as coisas sozinho.
Não há como premeditar sentimentos de amor ou desamor para ninguém. Mas meses se passaram. Eu e meu sapo continuamos sem contato. Irei buscá-lo. Quantas vezes tenho dito?! Estou com um pouco de medo. Já disse isso? Medo de não mais encontrá-lo. Medo dele ter crescido como crescem os filhos. Talvez medo de não ser reconhecida por ele. Um medo assim deste tipo não veste uma roupa confiável. Não é daquelas que você se desfaz fácil.
Vou ver se melhoro escrevendo umas poesias. Poesias raivosas. Poesias não gloriosas. Poesias em que se racha a carne e deixa estancar o sangue. Não quero fazer nenhuma poesia doce. Poesia não tem que ter sempre alguém morrendo de amor por alguém, tem?
Então não sei escrever poesia. Também não sei passar batom e nem posar para uma foto bonita. Estou sem laços de fitas e ainda bem que está longe o dia dos namorados. Estou negando beijos, estou negando abraços e hoje à noite não precisa me esperar acordado.
Não vou dizer que te amo. Não vou dizer nada sobre o tamanho do meu amor por você. Vou te transformar em vilão se você deseja saber!
Será que o meu céu está nublado? Acho que preciso de um café descafeinado. Acho que você anda se esquecendo de tantas coisas que são importantes que sequer vou dividir a culpa. Você é o maior vilão das minhas maiores tristezas atuais. Preciso dizer mais? Talvez amanhã eu diminua um pouco a sua culpa. Tomara que não seja tarde demais.
Marília L Paixão
Enviado por Marília L Paixão em 14/03/2008
Alterado em 14/03/2008
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