AFINAL, ERA UMA CARTA DE AMOR!
Marília L. Paixão

Desesperada ela releu a carta concentrando-se em seu início, aliás, em seu final que trazia a parte que mais lhe interessava.
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Eu nunca fui seu american boy e tão pouco meu irmão foi. We are Irish. E se fosse eu no lugar dele, eu não teria sido nada seu e muito menos seria cunhado, que é nisso que ele quer me transformar desde que voltou do Brasil. Aquele idiota se apaixonou e não fala em outra coisa diferente de voltar aí para buscar você. Ele estará retornando ao Brasil em dois meses. Já retirou do cofre o anel de diamante que pertenceu a minha mãe. Será o seu anel de noivado. Este anel não durará nada em seu dedo se for visto ao andar com ele perto da favela onde você deve morar. É bem capaz de lhe cortarem as duas mãos fora por causa dele. O trouxa do meu irmão está tão obcecado que disse que se você não acompanhá-lo, ele se mudará para o Brasil. Foi por isso que eu abri sua carta antes que chegasse até ele e estou lhe mandando um recado por essas linhas: Nem pense em prendê-lo aí. Ele trabalha comigo e nossa empresa precisa dele aqui. Mude-se você para cá! E se for bela como ele diz, poderá se vestir de rainha com a vida que ele lhe proporcionará. Nem pense em falar com ele sobre esta carta ou você não terá nem um dia de paz por aqui. Mas fique feliz, mamãe já está morta. Sogra você não terá e eu sou o único irmão chato que ele tem. Welcome to the family!
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Kelly não sabia se ria ou se chorava. Afinal, era a sua carta de amor!

_______________________________________________  ___The end.