ESTE NÃO É O ANO DAS CARTAS DE AMOR
Marília L. Paixão

É o ano do bio-combustível em alta e do aumento do preço dos alimentos. É o ano dos cartões pejorativos que provocam demissões. É o ano em que dizem que o Windows XP cairá em desuso, mas o Vista também não veio com muita força. Em 2009 Bill Gates nos trará outra novidade. E eu o que trarei agora? Quem sabe eu trarei uma nova história. Pode ser uma velha?! Eu gosto de deixar as novas amadurecerem um pouquinho antes de contar... rs.. Sei lá! Acontece que ontem uma amiga me disse que aqui perto tem uma rua que era conhecida como a rua do feijão queimado. Por quê? Perguntei. Ela disse que de tanto que as pessoas ficavam falando da vida dos outros o feijão queimava na panela. Coisa de feijão distraído, querendo ouvir conversa de gente séria que adora ouvir más línguas.

Contei para ela que na minha cidade tinha uma rua estreita e que era conhecida por um nome curioso mais interessante que este. Que nome? Ela perguntou. - Rua do bobeou morreu. Respondi. Rua com nome assim a gente não precisa explicar o porque. O Rio de Janeiro está cheio. Se bobear até um mosquito te mata! Coisas que vão e voltam, mas acabam caracterizando o ano! Coisas piores tem acontecido em São Paulo. Andam jogando crianças pela janela.  Histórias de madrastas que não prestam são ressuscitadas e se antes as mães abandonavam filhos em lixeiras, ou se jogavam no lago os que sobrevivem podem sofrer outro fim dependendo do pai que possuem. Se bem que em São Paulo é mais comum os filhos matarem os pais. As novas histórias andam piorando.

O que anda acontecendo com a família brasileira? Ah! São histórias de famílias não constituídas, apenas concebidas. Acaba sendo tudo conseqüência do mundo moderno onde as moças se engravidam rápido demais e nem precisam estar apaixonadas demais.
Um mundo moderno por um lado e antiquado por outro. Um mundo onde até hoje se discute o aborto e a igreja fica metendo o nariz nos progressos da ciência. Eu queria antes de morrer já saber que essas coisas se tornaram ultrapassadas. Viverei este tanto?
Outra coisa que tem aumentado muito é este negócio de líderes religiosos se candidatarem  a cargos políticos. Acho um perigo para a democracia e para o progresso das mentes menos inteligentes. A tal da política dá seu jeito de dar mais dinheiro que a igreja? Uma coisa atrai a outra?

Enquanto isso o que assisto do mundo moderno despenteia cada vez mais os meus cabelos. Muita gente se despenteou até cair por causa do leilão dos ex bens de um traficante. Que mais vai acontecer neste 2008? Eu que não vou ficar escrevendo cartas e nem tentar ler cartas. Nunca fui de ficar adivinhando nada da vida de ninguém. Mas certas coisas nos causam constrangimentos. Uma delas é nos sentir incluído no meio do povo dependendo das situações. Melhor mesmo é assistir do lado de fora. Ver com outros olhos. Fazer como fazemos ao ler um texto. Por exemplo, deixei tantas coisas para que você escolha uma delas para pensar mais a respeito nas linhas anteriores que poderia até parar por aqui sem me despedir. Fica assim! Se eu não voltar é por que fui ali comer um brownie. Afinal, este não é o ano das cartas de amor mas a gente sonha com ele assim mesmo.