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A INSPIRAÇÃO PETULANTE E A FALTA DE COMENTÁRIOS
A INSPIRAÇÃO PETULANTE E A FALTA DE COMENTÁRIOS
Marília L. Paixão

Sinceramente, eu não sou do tipo de escritora amadora que abre uma página em branco e fica pensando: vou escrever sobre o que hoje? Ou que olho para o céu para ver se chove ou se o sol brilha. Afinal, lembro-me bem que o sol brilhava no horizonte quando fazia composições no primário. Portanto se tem uma coisa que detesto ler é a tal oração em que o escritor diz que está sem inspiração. Começo então a sentir uma dor de barriga.

É claro que quando tomo a decisão de lá vai Marília se atrever a mais uma crônica, pode saber que ela já tem alguma coisa qualquer na cabecinha doida para pular para fora. Por mais que possa parecer antipática a coisa vai continuar pulando agora e talvez eu perca um monte de pontos por isso. Mas a vida é assim mesmo! Temos os dias de perder e os poucos de ganhar. Meu realismo impera e o meu otimismo se deixa acompanhar pelo meu humor. Como já disse antes: ninguém é obrigado a me acompanhar por ruas verdes.

Mas tem dias que ando pensando nestas pessoas que gostam de nos ler sem nos comentar. Claro que tem as pessoas que não lêem por achar o texto longo, mas tem as que lêem palavrinha por palavrinha e devem até gostar de muitas, mas não dizem nada. São os nossos amigos ocultos. Ou talvez são os que gostam sem querer gostar. Talvez eles pensem assim: não é que a danada escreve umas coisas interessantes?! Ou então pensam: a besta até que escreve mais ou menos bem! Sem falar naqueles que mastigam a parte que gostam e desejam cuspir na que menosprezam.

Devem existir aqueles que adorariam me pisar com uma conga. (Usei essa palavra na última crônica por causa da insensibilidade do Carlos H. Cony e ainda estou com ela na cabeça) Maldito Cony! Ainda bem que era sexta-feira. Sobrou o sábado e o domingo para ver se a antipatia ia embora. Já pensou a gente começar uma segunda-feira brava ainda se sentindo uma fruta meio passada? Rs... rs... Vou esquecer isso! Estou quase esquecendo...

Quanto tempo levamos para esquecer desagrados? Quanto tempo dura um mal estar?
O que as palavras bem escritas quando ferinas conseguem fazer conosco? Qual o efeito
maléfico de certas mensagens que nos torturam? Onde haverá uma loja que vende capas protetoras contra essas palavras malfeitoras que após penetrarem os olhos da nossa alma conseguem deixá-la tão intranqüila? Maldita hora que fui ler aquilo. Eu nem tinha gostado do título. Mas então acabamos por fazer como quem vê um filme novo com um ator da sua preferência. O ator está lá e você vai assistir ao filme não importa o quê.

Agora nós escritores amadores não exercemos influência nenhuma sobre ninguém por causa de um título ou do nosso nome. Ou talvez sim, mas tudo é com o tempo, com o carinho e até amizade. Já tem pessoas neste site que eu sou capaz de ler até o fim qualquer coisa escrita por elas, e isso é graças a qualidade que o texto delas oferecem. Outras eu começo a ler sem compromisso e chego ao final com a graça de Deus ou do bom desempenho do texto. E quando o texto começa a falar da falta de inspiração eu só vou em frente se tiver com tempo para ver que papo furado era aquele. Geralmente papo de falta de inspiração é tudo furado. Como eu não gosto de sacola rasgada e nem furada eu sempre venho com a minha fechadinha. Quem quiser abrir para ver o que tem dentro: bem-vindo seja!

Essa é a Marília que o Pedro Galluchi. fala, ri, goza e manda e-mails de amizade. Acho engraçado este Pedro. Respondo todos os e-mails que ele me manda. Um dia uma outra moça, jovem senhora escritora, talvez um pouco menos jovem senhora que eu, me interpretou um comentário mal e isto nos fez trocar uma dúzia de e-mails mais ou menos tentando melhorar o constrangimento, tanto ela quanto eu, mas quanto mais ela me escrevia, mais eu via o quão petulante era a senhora e então eu pensei: que bosta! Mas no fim deu tudo certo. Acho que consegui convencê-la de que ela era uma grande coisa e talvez eu fosse mesmo uma pequena, e assim ela ficou satisfeita. Pelo menos não me escreveu mais  nada tentando me por para baixo e eu achei melhor assim.

Agora vou dar uma de sem inspiração: que título darei a essa crônica?
Já sei?! Matarei dois coelhos com uma única cajadada. Quem não entender ou não gostar não tem problema. Essa pessoa com certeza não vai dizer nada mesmo. Mas caso eu receba algum e-mail furioso em outra crônica eu conto. Pode até demorar, pois estou com um pedido para falar das mães que não são boas de uma pessoa que gosto muitíssimo. Mas claro vou deixar passar o mês das mães, pois graças a Deus existe a maioria maravilhosa!
Marília L Paixão
Enviado por Marília L Paixão em 10/05/2008
Alterado em 10/05/2008
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